10 abril, 2023

Produtores de rações belgas apoiam a produção de soja sustentável 

Representantes do setor belga de rações para animais visitaram o Brasil e a Argentina para fazer contato com os atores da cadeia local de suprimentos e aprender mais sobre a produção de soja sustentável.

Em março, a RTRS e a Belgian Feed Association (BFA) organizaram juntas uma viagem de campo à cidade de Arrecifes, na província argentina de Buenos Aires. Os participantes incluíram 20 membros da BFA, produtores certificados RTRS e membros do Comitê Executivo e do Secretariado da RTRS. 

A BFA apoia a produção de soja responsável RTRS desde 2017 por meio da aquisição de Créditos RTRS. A média anual de créditos adquiridos entre 2017 e 2022 foi de 108.417 créditos. Com o objetivo de conhecer os principais temas da agenda da sustentabilidade, os membros do conselho da BFA participam de experiências educativas (viagens de campo, por exemplo) a cada quatro anos. Em 2023, em vista da nova regulamentação da União Europeia sobre produtos livres de desmatamento, os destinos escolhidos foram o Brasil e a Argentina e o objetivo foi entender melhor a cadeia de suprimentos sustentáveis, principalmente em relação ao farelo de soja. 

A visita começou com um tour pelas instalações da Francisco Sellart SA, que incluem lotes de produção de soja, milho e gado. A Sellart certifica sua produção de soja desde 2015 e em 2022 registrou mais de 2.248 hectares e 6.058 toneladas de soja certificada em Arrecifes, Buenos Aires. 

Durante a visita, os participantes conheceram as atividades desenvolvidas por produtores certificados em relação a práticas agrícolas, como a rotação de culturas, monitoramento, cuidado e proteção do solo, uso responsável de produtos fitossanitários e conservação da flora e fauna locais, entre outros. 

Terminada a visita ao local, os produtores certificados do Brasil e da Argentina que haviam sido convidados para o encontro compartilharam suas próprias perspectivas sobre a certificação RTRS e seu impacto como um sistema de gestão holístico. Juan Quaine, Diretor da Salentein Argentina, descreveu sua experiência em Entre Ríos, onde a empresa certifica 6.056 toneladas e 2.716 hectares de soja. Além disso, Edmundo Perkins, Chefe de Cultura e Sustentabilidade da Espartina SA, Argentina, comentou sobre a produção de 83.278 toneladas e 27.802 hectares de soja em Buenos Aires. Por fim, Gisela Introvini, Superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (FAPCEN) do Brasil, apresentou a experiência do Maranhão, onde aproximadamente 25% da área plantada de soja é certificada RTRS. 

Os participantes do encontro também tiveram a oportunidade de ouvir os depoimentos de alunos da Escola de Agrotécnica Martin Fierro em Arrecifes, com a qual a Francisco Sellart SA mantém um convênio em apoio a um programa prático de estágio profissionalizante. 

Apoio a cadeias de suprimentos sustentáveis 

Segundo a BFA, os produtores belgas de ração consomem 755 mil toneladas de farelo de soja por ano, sendo que seus associados representam 95% de toda a produção nacional. Neste contexto, os membros da BFA procuram promover uma cadeia de suprimentos alimentares cada vez mais sustentável. 

Nesse sentido, Katrien D’hooghe, Diretora-Geral da BFA, afirma que “o desmatamento zero é um assunto importante, mas não é o único foco de nossas iniciativas. É por isso que incluímos visitas a produtores, unidades de processamento, armazéns e portos nesta viagem, porque queremos saber o que mais os Créditos RTRS contemplam.” D´hooghe acrescenta que “a sustentabilidade inclui três pilares básicos: as pessoas, o planeta e a rentabilidade. Durante a viagem de campo à Francisco Sellart, ficou claro que a RTRS contempla esses três critérios. Vimos que a compra de Créditos RTRS contribui para projetos sociais locais como a Escola Agrotécnica “Martin Fierro”. Junto com os créditos que os produtores RTRS recebem, o certificado também agrega um impacto ainda maior.”

As viagens de campo aumentam a visibilidade do Padrão RTRS de Produção de Soja Responsável e identificam o impacto holístico de sua implementação, tanto em termos de questões sociais quanto de boas práticas agrícolas. Isso fortalece os vínculos e potencializa o diálogo entre os diversos atores da cadeia de valor que têm interesse genuíno em apoiar a produção sustentável. “Dar visibilidade aos produtores por meio desse tipo de encontro torna tangíveis os desafios enfrentados pelos produtores de soja e milho. Também ajuda as entidades que adotam o material certificado RTRS a entender quais práticas estão apoiando e incentivando com suas ações. Acreditamos que esse tipo de conexão é essencial”, afirma Marcelo Visconti, Diretor Executivo da RTRS. 

Participaram da viagem de campo: 

 

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