14 dezembro, 2022

Primeiro meio milhão de toneladas de milho certificado RTRS

Após o lançamento do Padrão RTRS para a Produção de Milho Responsável, em dezembro de 2021, sete produtores de soja RTRS certificam sua produção de milho

Entre os meses de agosto e novembro, sete produtores de soja RTRS obtiveram a certificação por sua produção de milho, de acordo ao Padrão RTRS para a Produção de Milho Responsável (Padrão de Milho RTRS). Trata-se da Caldenes S.A., Hijas de Juan A Harriet SA,  San Félix S.A.; San Juan del Totaral S.A. e Tecnocampo S.A.., de Argentina; SLC Agrícola SA de Brasil e Pradoten S.A. de Uruguay. Juntos, representam 86.414 hectares e 561,831 toneladas de milho certificado.

O Padrão de Milho RTRS foi lançado em dezembro do ano passado. A maioria dos requisitos de sustentabilidade estabelecidos no Padrão RTRS para a Produção de Soja Responsável são aplicáveis ao milho, por isso, a RTRS decidiu avançar na integração de um sistema de certificação soja/milho. 

Na Argentina, no caso da Tecnocampo S.A., que certifica sua produção de soja desde 2014, o Gerente de Produção da Tecnocampo S.A., Andrés Laxague, aponta que “incluir outras culturas de rotação à nossa produção certificada nos pareceu a melhor forma de continuar crescendo na agricultura sustentável”. E nesse mesmo sentido, Francisca Llorens, Responsável pela Qualidade da Produção, acrescenta que “os 14 indicadores do Padrão de Milho RTRS que se adicionam aos 108 exigidos pelo Padrão de Soja RTRS são os que correspondem aos principais cuidados requeridos pela produção sustentável de milho, que todo produtor está em condições de implementar”. 

Para a San Félix S.A. – em palavras de Antonio de Nevares, um de seus representantes – a principal motivação da companhia para certificar sua produção de milho RTRS foi aproveitar uma possível oportunidade comercial. “O processo mesmo de certificar o milho não exigiu para a San Félix S.A. um esforço adicional no aspecto produtivo, porque ao avaliar os novos requisitos observamos que já se cumpriam antes de certificar. Foi necessário apenas ampliar o cálculo dos indicadores de gestão e dar início a alguns processos novos, por exemplo, registros de limpeza de maquinarias adicionais”, acrescenta Javier Pepa, Consultor da San Félix S.A.

Para a San Juan del Totoral S.A., produtor certificado RTRS desde 2021, a certificação de milho trouxe uma nova oportunidade de melhoria: “Certificar milho nos permitiu confirmar que continuamos mantendo uma forma de produção econômica, ambiental e socialmente sustentável, que sempre fez parte do nosso DNA”, manifesta Gastón Bottaro, Diretor da San Juan del Totoral S.A.

De acordo com Bottaro, em termos gerais, o processo de certificação de milho exigiu apenas adaptar os registros dos procedimentos de plantio e colheita que já eram aplicados para soja: “Por exemplo, para o procedimento de plantio, registramos a gestão de refúgios e o cuidado da tecnologia para o controle de insetos e para o procedimento de colheita, registramos o mecanismo de limpeza dos equipamentos para evitar incêndios e a dispersão de ervas daninhas de difícil controle”.

No caso da Caldenes S.A. – companhia produtora de soja certificada pela RTRS há mais de 10 anos – a incorporação da certificação de milho representou um benefício adicional, porque essa cultura é o alimento do rebanho da empresa: “A certificação de milho nos permite garantir que nossos animais são alimentados com milho produzido sob um padrão que tem reconhecimento internacional, conforme práticas agrícolas, ambientais e sociais sustentáveis”, aponta Gustavo Soto, Responsável pela área de Produção Agrícola, Forrageira e Certificações.

Segundo Álvaro Dilli, Diretor de sustentabilidade da companhia brasileira SLC Agrícola S.A., as principais razões que impulsionaram a certificação de milho foram a possibilidade de abastecimento do mercado interno e a maior capacidade da empresa para atender as exigências dos clientes estrangeiros. Mas ele também aponta que “para nós, foi a oportunidade para estender o nosso alcance de certificação para outras commodities e para aproveitar a sinergia entre os dois produtos, soja e milho, na hora da auditoria”.

No caso da Pradoten S.A., no Uruguai, decidem implementar a certificação de milho, entre outros motivos, para garantir o cumprimento das normas estabelecidas pelo Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca do seu país. “Os planos de uso e gestão do solo que o governo nos exige nos levaram a incrementar a proporção de milho na rotação de soja”, comenta Tomás Ciceri, Responsável pelas Certificações e Supervisor de Administração da Produção. Em particular, a experiência da Pradoten demonstra que os sistemas de certificação voluntários podem funcionar como ferramentas complementares aos objetivos e requisitos de sustentabilidade que os governos estabelecem.

Além disso, sobre o processo de certificação e auditoria, Gonzalo Durán, Gerente de Produção da Pradoten S.A. afirma que para certificar a produção de milho não foi necessário tomar medidas adicionais das que já vinham sendo aplicadas. “Por exemplo, um dos assuntos levantados na auditoria foram as medidas de prevenção de incêndio na colheita, e se tratava das mesmas máquinas que se usam na colheita de soja e que estavam em boas condições”, acrescenta Gonzalo.

As primeiras experiências em certificação de Milho RTRS confirmam o valor da criação de sinergias e oportunidades com os produtores e demonstram como é possível capitalizar os resultados positivos de sustentabilidade alcançados por certificar soja e de continuar o processo produtivo sustentável estendendo a certificação de soja para uma cultura de rotação. Celebramos já estar vendo os primeiros resultados.

 

Descubra neste vídeo o desenvolvimento e as características dos novos Padrões


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