Primeira Força Tarefa da RTRS no Uruguai: consolidação do diálogo e adaptação do Padrão para a Produção de Soja Responsável
A Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS) realizou a primeira Força Tarefa no Uruguai. O evento realizado no dia 10 de abril passado, em Montevidéu, reuniu 15 atores da cadeia de valor da soja, incluindo produtores agrícolas, indústrias da alimentação, ONGs, órgãos de certificação e representantes de áreas governamentais. O objetivo foi estabelecer um diálogo colaborativo e adaptar o Padrão RTRS para a Produção de Soja Responsável V.4.0 à realidade e à legislação específica do Uruguai.
No evento foram abordados diversos temas relevantes, como o papel da RTRS enquanto plataforma multissetorial global, a evolução da certificação e a adoção de material certificado RTRS no país e no mundo. Além disso, foram apresentados projetos e iniciativas locais e globais da RTRS, com foco no crescimento sustentável da produção, o comércio e o uso da soja responsável.
“Os participantes mostraram grande interesse e conhecimento, criando um ambiente propício para o networking e um diálogo construtivo e multissetorial. A Força Tarefa foi um passo significativo no processo de desenvolvimento da interpretação nacional do Padrão para o Uruguai, e esperamos que impulsione ainda mais o crescimento e a divulgação das ações da RTRS no país”, disse Luiza Bruscato, Diretora Executiva Global da RTRS.
Experiências de produtores certificados no Uruguai
A certificação RTRS oferece aos produtores uruguaios a oportunidade de diferenciação no mercado global, contribuindo para o cuidado do meio ambiente e promovendo práticas agrícolas sustentáveis. Empresas como a Agropecuaria del Litoral S.A., Dos Ceibos S.R.L, Gran Pedro S.A. (Salentein) e Pradoten S.A. (Granicor Agronegocios) são exemplos de companhias que adotaram esse compromisso no país, e que são auditados pelo Bureau Veritas.
Tomas Ciceri, engenheiro agrônomo na Pradoten e Adriana Giaconi, assessora em gestão na Agropecuaria del Litoral (ADL), compartilharam suas experiências destacando os benefícios da certificação em termos de gestão interna, relações comerciais e impacto ambiental. As duas companhias têm a certificação para soja e milho e conseguiram vender créditos de soja.
Adriana Giaconi enfatizou que “a certificação não só ordena a gestão interna das empresas, mas também ela melhora as relações com a sociedade e com os trabalhadores, gerando novas oportunidades de negócio através da comercialização de créditos no mercado”. Ela também destacou que no Uruguai, “as boas práticas agrícolas já ficaram estabelecidas na cultura do trabalho da terra, facilitando assim a transição para a certificação RTRS”.
Por sua parte, Ciceri ressaltou os êxitos ambientais alcançados com a certificação e a importância de continuar trabalhando na melhoria contínua dos indicadores de sustentabilidade: “Reduzimos a zero o uso de produtos com faixa vermelha e aumentamos o uso de produtos com faixa verde e azul. Além disso, já fazíamos cobertura com cultivos de serviço. Onde encontramos um diferencial é na área comercial, porque hoje estamos recebendo um valor adicional no pagamento de créditos pela venda da nossa soja certificada”.
“Para nossa empresa é muito importante a sustentabilidade e a responsabilidade pelas boas práticas agrícolas, por isso trabalhamos permanentemente na melhoria dos nossos indicadores. Estamos convencidos que a produção agrícola nacional deve continuar por este caminho, reforçando práticas profissionais de trabalho e focalizando esforços conjuntos em cuidar as riquezas naturais”, enfatizou o agrônomo.
“Nossa mensagem aos produtores os alenta para entrarem na certificação de soja, sem medo, apoiados na experiência e conhecimentos já adquiridos por colegas, por assessores e por órgãos responsáveis, porque realmente é possível obter grandes resultados. Além disso, acreditamos firmemente que os mercados avançam nessa direção, diferenciando os produtos elaborados de maneira sustentável. Felizmente, nós já demos esse passo, e estamos preparados para quando isso ocorrer”, concluiu Giaconi.
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