28 setembro, 2020

Corredor de soja sustentável RTRS já é realidade no MATOPI

Terminal no Porto do Itaqui/MA obteve certificação da Cadeia de Custódia para atender demandas de soja certificada RTRS com apoio da Cargill

Neste mês, um dos terminais no Porto do Itaqui, no Maranhão, obteve certificação da Cadeia de Custódia para atender a demanda de soja certificada RTRS (Associação Internacional de Soja Responsável). O Porto do Itaqui conecta o mercado de grãos do Brasil aos principais mercados internacionais, sendo considerado o terceiro em exportação de soja.

Para o Presidente do Porto do Itaqui, Ted Lago, integrar a Cadeia de Custódia RTRS por meio da certificação do terminal que atende a Cargill é uma forma de incentivar a oferta sustentável de alimentos em todo o planeta. “Desse modo estamos contribuindo para fortalecer e ampliar o volume de produção da soja certificada em nossa área de influência, garantindo segurança alimentar para o mundo”, afirma.

Mais de 95% de todo o volume originado no MATOPI (Maranhão, Tocantins e Piauí) pela Cargill – uma das empresas responsáveis pela aceleração desse processo -, é exportado por meio do Porto do Itaqui, ou seja, mais de 900 mil toneladas de soja. Uma parte desse volume originado pela Cargill nessa região já era fornecido por produtores certificados RTRS e representava entre 8% e 12% do volume total exportado (75 mil a 110 mil toneladas). Agora, com a certificação de Cadeia de Custódia RTRS para 47 localidades – quatro unidades de processamento em Barreiras (BA), Rio Verde (GO), Três Lagoas (MS) e Uberlândia (MG); uma unidade de transbordo em Caipoânia (GO); três terminais portuários em Miritituba (PA), Santarém (PA) e Itaqui (MA); além de 39 armazéns nos estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia e Tocantins -, a Cargill está impactando um fluxo importante de exportação de soja pelo norte do país, que está preparado para atender demandas de soja certificada RTRS via balanço de massa.

“A Cargill tem o objetivo de nutrir o mundo de forma segura, responsável e sustentável. Ao mesmo tempo em que acompanhamos o aumento na demanda por soja certificada via balanço de massa pelos clientes da Europa, incentivamos a produção cada vez mais sustentável na nossa cadeia de suprimento no Brasil”, afirma a Gerente de Sustentabilidade do negócio agrícola da Cargill na América do Sul, Renata Nogueira. Segundo ela, a iniciativa da Cargill faz parte dos esforços da empresa em busca de uma cadeia de fornecimento livre de desmatamento, com alto padrão de transparência, que beneficie as comunidades e faça com que os produtores rurais prosperem. “A certificação RTRS das nossas plantas e armazéns na região, junto com o terminal no Porto do Itaqui, vai permitir que uma parte significativa da soja sustentável produzida no Brasil possa ser escoada para o mercado”, reforça.

Parceria

O Consultor Externo da RTRS no Brasil, Cid Sanches ressalta que “a parceria entre a RTRS, o Porto do Itaqui e a Cargill é antiga. Agora, o desejo é que toda a soja que passa pelo porto seja certificada está se tornando realidade. A região do MATOPI tem hoje uma grande produção certificada RTRS, porém faltava certificar o restante da cadeia, que são os armazéns, esmagamentos, transbordos e portos. Hoje podemos anunciar que foi dado um importante passo e que as empresas podem comprar soja certificada física e recebê-la no Porto do Itaqui”.

Em 2019, a área do MATOPI era responsável por mais de 270 mil hectares e mais de 1 milhão de toneladas de soja certificada RTRS. É um total de 36 produtores certificados RTRS com mais de 184 mil hectares de terras nativas conservadas na região. Para 2020, esperam-se números semelhantes.

Segundo Gisela Introvini, Superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte – FAPCEN e membro do Comitê Executivo da RTRS, a certificação da soja junto ao Porto do Itaqui vem coroar ainda mais o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do corredor de exportação norte.

“A FAPCEN iniciou com a pesquisa de cultivares adaptadas às condições adversas de clima e solo, juntamente com a Embrapa Soja e atualmente, por meio da RTRS, vem efetivando a sustentabilidade da produção e exportação da soja produzida nessas regiões e gerando maior valorização ao território. Quebramos velhos paradigmas vencendo cada desafio proposto à produção de alimentos deste cerrado brasileiro”, afirma Gisela.

O Diretor Executivo da RTRS, Marcelo Visconti, destaca o caráter colaborativo da Associação como plataforma multissetorial global. “Temos um espaço que motiva e viabiliza as decisões dos atores da cadeia de valor da soja, da produção ao consumo, com o objetivo de tornar sustentáveis as cadeias de suprimento, e tudo ocorre de forma colaborativa para alcançar acordos entre todos os notáveis participantes”, afirma.

“Nesse caso houve, de um lado, uma forte visão inicial dos produtores RTRS do MATOPI em relação aos desafios e oportunidades que a certificação RTRS iria trazer no futuro. Além disso, a colaboração público-privada entre o Itaqui e a Cargill é uma prova da sinergia entre as partes e da decisão de fazer muito mais ainda na região”, completa Visconti.

Valor agregado pela RTRS

A soja certificada, de acordo com o Padrão RTRS de Produção de Soja Responsável, garante não apenas atender aos mais altos critérios ambientais (incluindo a garantia de desmatamento e conversão zero verificada por terceiros), mas também a um amplo conjunto de requisitos sociais e trabalhistas.

Com a certificação Cadeia de Custódia, o selo de sustentabilidade da soja RTRS transcende e agrega valor ao longo da cadeia de suprimento. A certificação Cadeia de Custódia RTRS consiste em uma série de requisitos para os diversos sistemas de rastreabilidade que uma organização deve cumprir para ter o controle dos inventários da soja certificada sob o Padrão de Produção Responsável RTRS, desmatamento zero e conversão zero. É aplicável ao longo de toda a cadeia de suprimento e é obrigatório para aquelas organizações que queiram receber, processar e comercializar soja ou produtos de soja RTRS.

Além disso, a certificação Cadeia de Custódia faz parte do Padrão RTRS para a Produção de Soja Responsável, estabelecendo uma série de exigências e garantindo que os produtores cumpram os requerimentos que os habilitem a vender sua soja certificada mediante o fluxo físico.

Assim, para os produtores certificados RTRS, a certificação Cadeia de Custódia RTRS do Porto do Itaqui valoriza e dá visibilidade à produção certificada RTRS e à região. A partir de sua entrada no Porto, facilitam-se os acordos e a saída para o mundo da produção certificada.

Sobre o Porto do Itaqui

Localizado na Baía de São Marcos, São Luís (MA), o Porto do Itaqui, junto com o Terminal de Ponta da Madeira e Porto da Alumar, integra o Complexo Portuário do Maranhão, o maior do Brasil em volume de carga. Sua posição geográfica confere vantagens competitivas, se comparada aos portos do sul e sudeste do Brasil, reduzindo em até cinco dias o acesso a importantes mercados, como o asiático, europeu e norte-americano.

São oito berços operacionais com profundidades que variam de 12 a 19 metros, permitindo a atracação de navios de grande porte. O canal de acesso tem uma profundidade natural mínima de 23 metros, largura aproximada de 500 metros e 101 km de comprimento.

O Porto do Itaqui conecta o Brasil aos principais mercados internacionais (Ásia, Europa, América do Norte e América Central, África, América Latina e Oceania) e em 2019 movimentou cargas com destino a 81 países. Ocupa a quinta posição quanto a volume de carga entre os portos públicos do Brasil. O principal mercado atendido pelo Itaqui é o de grãos, sendo considerado o terceiro em exportação de soja. A expectativa é que, em 2020, o Itaqui movimente mais de 15 milhões de toneladas de grãos, sendo 10 milhões de soja.

Em 2019 o complexo portuário do Maranhão movimentou, entre importações e exportações, mais de 230 milhões de toneladas de granéis sólidos (grão e minerais) e líquidos (por exemplo, biocombustíveis), representando 19% do volume total do país. Desse número, o Porto do Itaqui foi responsável por 25 milhões de toneladas, das quais 11 milhões correspondem a grãos exportados e 5.7 milhões de toneladas de soja. As exportações foram de 13,7 milhões de toneladas, ou seja, 54% da movimentação total do porto. O principal mercado atendido pelo Itaqui é o de grãos.
Com uma gestão profissional focada em resultados, o porto público maranhense é certificado pelas ISO 9001:2015 e 14.001:2015 (que atestam respectivamente excelência na gestão da qualidade e do meio ambiente).

A Ásia é o principal destino da soja exportada pelo Itaqui e em 2019 representou 89% do volume total. Os 11% restante do volume total são exportados para Europa. No que diz respeito ao milho, foram quase 3 milhões de toneladas pelo Porto do Itaqui nesse mesmo ano, 36% exportado para a África (mais de 1 milhão de toneladas) e 23% para a Europa (quase 700 mil toneladas).

A área de influência do Porto do Itaqui abrange a zona conhecida como MATOPIBA – formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, considerada a terceira e última fronteira agrícola do país, além do Mato Grosso e Tocantins.

A eficiência multimodal é fator decisivo para a competitividade do Itaqui. Além da conexão ferroviária direta com duas ferrovias, a Transnordestina (FTL), que passa por sete estados do Nordeste, do Maranhão a Sergipe, há uma conexão indireta com a Ferrovia Norte-Sul (FNS), que se liga à EFC em Açailândia, o que possibilita transportar granéis sólidos, minerais e vegetais, além de combustíveis. Quanto ao acesso rodoviário, o porto tem acesso às rodovias BR-135 e BR-222 que se conectam a outras rodovias federais (BR 316, BR 230, BR 226 e BR 010) e estaduais (MA 230) para todo o norte e sul do país. Para mais informações, visite www.portodoitaqui.ma.gov.br

Sobre a Cargill

Os 155 mil funcionários da Cargill em 70 países trabalham para atingir o propósito de nutrir o mundo de maneira segura, responsável e sustentável. Todos os dias, conecta agricultores com mercados, clientes com ingredientes e pessoas e animais com os alimentos que precisam para prosperar. São 155 anos de experiência com novas tecnologias e insights para tornar a empresa uma parceira confiável aos clientes dos setores de alimentos, agricultura, financeiro e industrial em mais de 125 países.

Lado a lado, está construindo um futuro mais forte e sustentável para a agricultura. No Brasil desde 1965, é uma das maiores indústrias de alimentos do país. Com sede em São Paulo (SP), está presente em 17 Estados brasileiros por meio de unidades industriais e escritórios em 147 municípios e 11 mil funcionários. Para mais informações, visite www.cargill.com e a central de notícias.

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